grindcore morto

E agora (que a classe média segura seus cartazes)?

belíssima foto por Marian Pessah
nos eventos ocorridos em
Porto Alegre
Para que essas milhares de pessoas estivessem nas ruas do dia 17/06/2013 foi necessário que suportássemos por duas semanas a cassetetes, spray de pimenta, bomba de efeito (i)moral, tiros de borracha, espancamento, prisões, nomes sujos em fichas policiais. Nossos recursos financeiros foram investidos para que nossos colegas fossem libertos, pesava sobre eles a tal da marca "arruaceiros"... E esse tem sido um dos pontos mais difíceis de lidar. Estigmatização.
De início fomos "vândalos", "baderneiros", "arruaceiros"...
Com suor, sangue, hematomas, gritos e pedradas abrimos caminho para que essas milhares de pessoas estivessem nas ruas do dia 17/06/2013.
(Ok, ver o palerma Arnaldo Jabor se retratando e dizendo que estava errado foi sim, bem legal)

Na marra, abrimos caminho no seio da classe méRdia, enfrentando a opinião pública da classe méRdia e os cães EXTREMAMENTE OBEDIENTES da classe méRdia, para que a própria classe méRdia tomasse então coragem de abandonar seu facebook tão querido e juntar-se à massa oprimida.
Claro trouxeram seu ranço histórico. 
O que sugerem essas placas pacíficas de "abaixo à corrupção"?  Ainda só podemos entender que se não for deixado um rastro VISÍVEL de que o patrimônio material nos importa menos do que o direito negado a todos nós por tanto tempo, pouca coisa irá mudar, exceto o fato de que depois de toda surra que levamos - a mando das elites! - agora os filhotes das elites seguram cartazes e seus pais orgulhosos os aplaudem das câmaras, das centrais de televisão, dos tribunais, corporações, delegacias, secretarias...

Nós, da banda representada nessa página, não cantamos o hino nacional até hoje por razões óbvias. 
Não cantamos ontem, nem cantaremos ou em sinal de uma tal de "paz" vestiremos branco, com verde e amarelo no rosto, segurando flores e velas... 
Quem achar isso relevante, vá lá, que o faça. 
Os conceitos de "família", "bandeira", "partido", "hino" ainda nos soam agressivos e repressores, e segurar uma placa, tão somente segurar uma placa, não serve para porra nenhuma aqui. 

O foco ainda é a redução da tarifa.
Que venha o próximo ato. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário