extraído da obra "Orwell Para Principiantes", 1986, (David Smith, Michael Mosher), uma interessante abordagem da visão de George Orwell acerca de um tema que tem tomado mentes brasileiras, internet adentro e ruas afora
“UMA DESCULPA PARA A AGRESSÃO”
Nacionalismo e Patriotismo
"(...) Em "Notas Sobre O Nacionalismo" (1945), Orwell traçou um mapa do "hábito louco de as pessoas se identificarem com as grandes unidades do poder" - nações, impérios, igrejas, etc.
Esse hábito é crucial. Nenhuma "grande unidade do poder" é poderosa sem súbditos entusiastas. Daí a importância de compreender os fanáticos. Para começar, Orwell examina "o hábito de classificar populações inteiras de milhões ou dezenas de milhões de indivíduos como "boas" ou "más". A pior conseqüência disso é o deixar de aceitar a responsabilidade moral das pessoas estranhas à nação "boa". Pode ser perfeitamente legítimo, admite Orwell, lutar acerbamente contra um inimigo colectivo; mas as pessoas não são inimigas por virtude de carácteres nacionais inerentes. Devemos resistir a um grupo explorador, mas é a exploração, e não o grupo, que está fundamentalmente em causa. Os nossos inimigos são humanos como nós.
O nacionalismo positivo - "O meu país, tenha razão ou não tenha" - é completado pelo nacionalismo negativo ("Os Russos são os culpados"). Em qualquer das fomas, o nacionalismo é uma desculpa para a agressão. O patriotismo em contraste, é defensivo. Onde o patriotismo assenta no amor a um grupo, o nacionalismo assenta no amor ao poder do grupo. Infectadas pelo nacionalismo, "as pessoas mais inteligentes parecem capazes de defender credos esquizofrénicos". Prescindem dos factos, fogem às questões, perfilham boatos falsos e aceitam a distorção da história." [p.168]
Esse hábito é crucial. Nenhuma "grande unidade do poder" é poderosa sem súbditos entusiastas. Daí a importância de compreender os fanáticos. Para começar, Orwell examina "o hábito de classificar populações inteiras de milhões ou dezenas de milhões de indivíduos como "boas" ou "más". A pior conseqüência disso é o deixar de aceitar a responsabilidade moral das pessoas estranhas à nação "boa". Pode ser perfeitamente legítimo, admite Orwell, lutar acerbamente contra um inimigo colectivo; mas as pessoas não são inimigas por virtude de carácteres nacionais inerentes. Devemos resistir a um grupo explorador, mas é a exploração, e não o grupo, que está fundamentalmente em causa. Os nossos inimigos são humanos como nós.
O nacionalismo positivo - "O meu país, tenha razão ou não tenha" - é completado pelo nacionalismo negativo ("Os Russos são os culpados"). Em qualquer das fomas, o nacionalismo é uma desculpa para a agressão. O patriotismo em contraste, é defensivo. Onde o patriotismo assenta no amor a um grupo, o nacionalismo assenta no amor ao poder do grupo. Infectadas pelo nacionalismo, "as pessoas mais inteligentes parecem capazes de defender credos esquizofrénicos". Prescindem dos factos, fogem às questões, perfilham boatos falsos e aceitam a distorção da história." [p.168]
O R W E L L
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