grindcore morto

Redução da Maioridade Penal: Considerações - parte 2/2

PARTE 2 de 2
Assim como na primeira parte deste texto, 
deixamos logo de início a indicação do texto do instituto Não-Violência,
 "dez razões porque somos contra a redução da maioridade penal"

Quando cooperação e apoio mútuo são pautas defendidas a ferro e fogo, a tendência dessas violências tantas é de que venham a decair e desaparecer. 
Ou vice-versa. 
Quando tudo isso que cria, alimenta e conduz todas essas violências continua a ser defendido a ferro e fogo, é justamente o respeito pelo próximo (e por si mesmo), a cooperação e o apoio mútuo que tendem a decair e até a desaparecer.
Tempo demais perdido olhando para telas, para vitrines, para deus. A hora já está atrasada de A Pessoa ser induzida a olhar para As Pessoas de seu entorno.

Sob termos "reeducação", "reinserção" no cárcere se reproduz um passado veto testamentário de "justiça olho por olho, dente por dente", ganham velocidade ladeira abaixo parvoíces a respeito de ação espiritual diabólica, ausência de busca por serviço religioso, ou ainda,  de que existe algo de pedagógico na punição - sempre muito bem aplicada, a olho nu e luz do dia, nas parcelas marginalizadas de sempre.
O que há então, nessa obscura equação, é que se a punição se ajusta ao crime, o crime se ajusta à nova punição...

Fóruns e campos de comentários na internet, corredores de empresas, na calçada dos colégios aguardando a saída das crianças, mesas de bares... A sombra da sentença de morte se agiganta nesse momento em que se aborda a redução da maioridade penal. É apontada, cogitada, desejada por setores diversos, ainda que o paredão, a cadeira elétrica, a injeção letal  ou o que quer que seja, fossem direcionados somente aos mesmos rostos pretos e pardos que Datena e Cia insistentemente escancaram sem fim durante todas as tardes e noites. Certamente se veria muitos "
Champinhas" a ser incinerados pela sentença capital.
Pedro Paulo de Souza, Veríamos? Pimenta Neves, veríamos? E Fernando Ribas Carli Filho, veríamos?

Não sendo possível essa "limpeza a fundo", permanecem esses totens que são as prisões que, no máximo, criam nas classes dominantes a sensação de dever cumprido - ou de ter um "quê mais palpável" para  reclamar ao bradar sobre seus impostos pagos! Enquanto os números nos presídios vão e vão aumentando, também vão e vão aumentando a quantidade de aparatos com que essas classes dominantes cercam suas casas, suas vidas até o ponto em que esse aparato todo já vai se convertendo numa cadeia também. Quem, além das estúpidas classes médias precisam de depósitos para seres humanos?

Quando se faz referência como a que segue logo abaixo, na sequência é completamente comum se escutar respostas do tipo
- "e se fosse com a sua mãe que um 'deles' fizesse alguma coisa...?";
- "e se um 'deles' tivesse feito isso ou aquilo com uma filha sua, você não diria coisas assim...?";
daí argumenta-se também com
- "tá com dó de bandido...?";
- "...dó de safado...?";
- ".. leva pra casa..."   e assim por diante...

Deixando que a vítima ou sua família e próximos se encarreguem de punir o criminoso, o que fatalmente teremos é um efeito dominó sem precedentes. Logo essa mesma família que agora promove essa "justiça" estaria/estará sendo outra vez a vítima.

A única saída que aponta alguma mudança para a questão criminal, a violência, desrespeito e tudo que há  nesse quadro todo está em apoio humano, em fraternidade e quando necessário, em tratamento de ordem psiquiátrica para os que tenham vindo à prática criminal por transtornos de ordem psíquica. 

Não, não seria fácil se fosse com alguém que amo. De modo algum e muito menos posso afirmar que não estaria em mim o desejo e até mesmo a ação de vingança. Também fui gerado nesse mesmo esquema social deformador. Eis aí uma outra razão para o apoio fraterno e acompanhamento para a ressocialização do criminoso, para que após um crime que tenha cometido contra a vida ou propriedade de alguém, devido à punição que mais ainda lhe insensibilizou não venha a ser algum dos meus, dos seus, você mesmo ou eu os próximos em seu caminho.

Não se trata, como CERTAMENTE há de se replicar, de dar apoio e força ao criminoso e esquecer da vítima; não se trata de "usar a 'desculpinha de direitos humanos' pra dar regalias pra 'bandido'..."...
Esse apoio deveria/deverá ser dado a fins de ressocialização, mas NUNCA em instante algum esquecendo do apoio, atenção, conforto e justiça devido à quem tenha sido vítima de ato criminoso. NUNCA, em momento algum.

Enquanto vamos caminhando para o fim dessa refutação toda, me pego pensando em algo que beira o mórbido. Adolescência e juventude são momentos da vida em que se age primeiro e se reflete na ação somente depois. Com certeza uma química haverá quando adicionarem a esse momento da vida uma turnê prolongada pelo inferno.
Sou "pardo". Morador de periferia, salário baixo em troca de muitas horas de trabalho. Não sou exatamente o que entraria na mira de um "ex-detento-reincidindo" (o que não elimina a possibilidade de mesmo nessa minha condição, entrar SIM, no papel de vítima da vez!). Contudo, não sinto que existe justiça e caráter e dignidade ao se abandonar uma questão pelo simples fato de não ser diretamente implicado por ela. O "Intertexto" de Brecht. 

Toda instituição, espaço público ou privado, possui suas portas com suas trancas bem reforçadas para que um perigo que vem do lado de fora ali não entre.
São três as principais instituições com portas para que os que ali dentro estejam  não saiam.
Escolas, Manicômios e Presídios. Interessante mencionar que essa sequência em que foram apresentados aqui não é mero acaso. 
Augusto Miranda

Redução da Maioridade Penal: Considerações - parte 1/2

PARTE 1 de 2
Uma série de referências haviam sido preparadas como fundamento e crédito à essa leitura que, sim, é uma leitura ideológica. Porém, foi preferível colocar dois abrangentes links à disposição:
O relatório de 2007 da Unicef"Porque dizer não à redução da idade penal"
E a reportagem do Portal Educacional"Maioridade Penal"

É ardendo de ódio, um ódio alimentado sobretudo por vias televisivas, que a sociedade espuma por vingança enquanto a mídia burguesa sedenta por domínio e audiência, e outra vez domínio, alimenta esse ódio das cidadãs e cidadãos, mostrando em série e repetidamente crimes cometidos por menores de idade, deixando parecer que todos os crimes da atualidade são cometidos únicamente ou em sua grande maioria por adolescentes - SEMPRE mostrando com enfase, os negros e periféricos.
Os conceitos referentes ao antes e depois do crime e cárcere nunca são nem mesmo cogitados. Apenas os fatos isolados de "Crime e Punição".
O domínio midiático acaba por se estender dessa forma indireta sobre o próprio sistema judiciário...

Adere-se a argumentos que chegam perto de afirmar, entre conceitos de "Bem Versus Mal", que o crime é algo impregnado no DNA desses jovens, enquanto repete-se à exaustão via rádio e televisão que a certeza de uma punição mais severa faria com que esses menores em conflito com a lei repensassem antes do ato criminoso. Como se em algum momento da história essa reflexão a respeito da provável punição tivesse mesmo acontecido e/ou feito com que alguém repensasse acerca do que estivesse prestes a cometer. Nega-se a moradia, educação, saúde, alimentação, lazer dignos que lhes é de direito; toma-se deles o pouco de amor próprio, fraternidade, visão de mundo, empatia que ainda têm... Esperam mesmo que quem já segue ferrado por mil, vá temer o ser ferrado por mil e um? Que quem mais nada tem, tenha medo de perder mais algo?
Contrário a tudo que se tem pesquisado, descoberto e revisado, a sociedade brasileira é levada a garantidamente acreditar que os índices de criminalidade, violência e tragédia diminuirão com essa redução...
A única garantia do sistema carcerário - para qualquer um em qualquer idade! - já é dada e comprovada há tempos:
- A Reincidência.
Com punições mais severas, em que nem ao menos se cogitou antes o pano de fundo socioeconômico do indivíduo, a garantia certa será a de uma reincidência mais severa.

Aqui ainda nem falamos dos presídios vigentes em quase todo o território nacional, falamos apenas do tipo de prisão que se idealiza. Essa mesma prisão tira da pessoa a liberdade e aniquila sua sociabilidade, que é o básico necessário para que viva em sociedade...
São atirados sem maiores ou menores ocupações com que lidar, num ambiente que serve de figura de linguagem para o termo "inferno",não têm como garantir renda a seus familiares dependentes que estão do lado de fora, não são apresentados a novos conhecimentos e situações construtivas (exatamente o oposto dessas), onde apenas e com certeza irão adquirir uma "marca de Caim" em suas testas.
Como esperamos que saiam de lá? Dóceis, saudáveis, amistosos, educados, esperançosos, úteis e queridos a seus grupos sociais?
E se desde mais cedo, sua adolescência e juventude, os confinamos dentro desse mesmo caos absoluto, pomos alguma fé que lá, no "embaixo-do-tapete-da-sociedade" pra onde os varremos, vão se tornar cidadãos e cidadãs "de bem", "empreendedores", ressocializados e afáveis?
Somente muito crentes em bíblia e em quadros políticos neoliberais para assim também o crer.

Assim como os que do lado de fora, tem cumprido sentença junto com eles em cada farol, em cada assalto, em cada esmola, em cada latrocínio, em cada "não há vagas...", também cumprem sentença junto com eles os que os vigiam dentro dos muros. A mesma porta fechada para que eles não saiam, também impede que o carcereiro saia. Cumprem sentença juntos, expostos em graus diferentes, mas ainda assim expostos, aos mesmos males.
E então supomos que estes agentes penitenciários conseguirão ter algum êxito distinto ou terão algum interesse no retorno saudável dessas pessoas às ruas.
Sejamos honestos? Pouco desejo há por aí de que sejam ressocializados. O desejo que arde (quase) calado dentro de parcela enorme da sociedade é o de ver essas celas incineradas com esses homens, mulheres e jovens dentro. Quanto aos mais jovens, que por lá tão rápido passam e logo são liberados, deseja-se logo o fuzilamento. Depois sim, se deseja por aí que sejam carbonizados.

Organismos de mídia e bancadas políticas defendendo a redução da maioridade penal, buscam por muitos/todos meios convencer a população da necessidade e da coerência disso - está bem claro, uma continuidade do ciclo já citado "domínio e audiência e outra vez domínio". Se a redução da maioridade penal realmente resolvesse algum problema, certamente que essas duas cabeças dum mesmo monstro não viriam em sua defesa. O que provavelmente iria dar cabo do problema de todas essas tenebrosas tragédias, índices de criminalidade e violência desenfreada também iria dar cabo da hegemonia de organismos de mídia e de conluios políticos.
Seja lá onde você viva, sabe da existência de algum bairro rico, condomínio fechado, alguma região bem abastada e bem suprida de todo o básico e próprio de um convívio social saudável. Boas escolas com funcionários bem supridos, bom atendimento de saúde, uma boa condição financeira, bons panos de fundo para uma boa estruturação familiar, emprego e demais ocupações satisfatórios ao espírito de todos...
Pois bem, não deixemos escapar de nossa atenção que,
1 - Os índices de criminalidade e violência nessas regiões são praticamente inexistentes. *(Por favor, não banque o tolo contra-argumentando sobre casos isolados em que burgueses e/ou seus filhos tenham vindo a delinquir.)
2 - Moradores dessas regiões embora possam vir a se deitar ao consumismo, não são, com segurança nisso que está endo afirmado, o alvo do que se vende e do que se sugere nos horários nobres. Não são eles que vão aderir à moda e aos trejeitos sugeridos na novela das oito, não é para suas crianças que se produz bizarrices feito malhação, rebeldes ou carrossel. O Lazer e entretenimento em geral destinado a eles é clássico, de cunho cultural. As promessas feitas em tempos de campanha eleitoral a respeito de se resolver enchentes e melhorar o atendimento hospitalar não lhes representa nada. Os moradores dessas regiões, bem supridos e estruturados, no raríssimo caso de delinquir, são certamente enviados a tratamento, pois algum tipo de transtorno, alguma doença é o que pode impulsionar alguém nessa situação a entrar em atentado contra seu próximo ou o patrimônio deste.

Mas o deus capital tem outro uso para os do-lado-de-cá-da-ponte. O pano de fundo é outro. É o do pensamento vago, florescido do corpo com nutrição ruim; a pavorosa perspectiva de oscilação entre o desemprego e um emprego de péssima categoria (Oh, e o paladar do deus capital todo poderoso muito aprecia "categorias"!), um fraudulento conceito de "família" em que, crianças dão luz a novas crianças e as educam com os mesmos valores imaturos que receberam, que por sua vez fazem o mesmo que aprenderam, diminuindo cada vez mais a diferença de atitudes e de idade entre quem gera e quem é gerado...
As bases de nossa sociedade, nós as firmamos na propriedade e demos um foco minúsculo para o valor da humanidade. Logo, estraçalha-se a vida muito facilmente, objetivando o status, o "ser algo por ter algo".
A juventude é reflexo da sociedade em que se cria e vive essa juventude.
Uma juventude violenta é reflexo de uma sociedade violenta.
Tão lógico quanto triste.
A engajada e dedicada campanha de grupos como o bandeirantes e de partidos diversos pretende causar uma grande transformação nesse "reflexo". Pretende "consertá-lo", que seja na base do cacete, que seja na base do fuzil. Ao "reflexo"...

Empatia. Tendo sido ensinados a pôr de lado a consideração e respeito pelo próximo em cada esquina, em cada horário de cada canal televisivo, em cada igreja, em cada abandono de direitos fundamentais à vida, sendo que o único braço que primeiro e que sempre vemos do estado que tanto nos custa sustentar é o infalível braço policial, o resultado até óbvio desse rumo que permitimos que nossas relações tenham tomado é esse, que tratemo-nos piores do que bestas-fera uns aos outros e presenciemos estáticos a tantos casos seguidos de estupros públicos, fogo ateado covardemente em pessoas, latrocínios, ... Em momento algum nos instigamos, até o presente instante e com força plena e constante, a nos relacionarmos baseados em cooperação e apoio mútuo. Empatia. O intestino do deus capital não suportaria tais invasores estranhos, tem anticorpos fortíssimos de prontidão contra essa ação bacteriana.
Aqui dentro, o negócio mesmo é a competição constante. "Ser o 'melhor' ", "Estar na 'melhor' ", "Ter o 'melhor' ", "Relacionar-se só com 'os melhores' "...

(CONTINUA...[por um bom tempo...])

Redução da Maioridade Penal: Bolsonaro

BOLSONARO: É COM ELE QUE VOCÊ SE PARECE
QUANDO DEFENDE A 
REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL

Clique AQUI Para vídeo
de como você se parece
quando defende a
Redução da Maioridade Penal.
"...eu só queria fazer um reparo, por assim dizer, eu sou favorável da maioridade penal até 12 anos de idade. O meu filho caçula tem 9 anos de idade e tem plena consciência do que está fazendo. Concordo com vossa excelência, quando diz que ao criarmos critérios para que menores sejam submetidos a exames de sanidade mental, com toda certeza os menores (...) terão meios de provar à justiça que não estavam gozando de suas faculdades mentais em sua plenitude. Então se eu falar da redução e que não são propostas eeeee, de frutos de calor de emoção, a nossa constituição é de 88, em 89 o deputado Rogério tinha quatro propostas para a redução da maioridade penal, desde de 89 se discute isso. Minha proposta é uma das mais modestas de 86, tinha que ser 16 anos, pois se eu colocar 12 anos não teríamos aceitação desta casa, e a grande verdade é o seguinte, é uma grande fonte de renda para a maioria defender menor marginal. Essa semana mesmo a gente não consegue lembrar mais de onde aconteceram os fatos, o menor num estabelecimento, fazendo reféns, atirando na cabeça de outros menores, sabendo da impunidade. Lá no Rio também, um menor matou o outro numa comunidade dizendo 'eu não matei ninguém hoje ainda'. Então essas pessoas se forem condenadas no mínimo a doze anos de cadeia no máximo trinta que é o limite do homicídio, em vez de ficar três anos fora de atividade numa FEBEM, ele poderia ficar doze anos fora de atividade, E COM MUITA CHANCE DE MORRER NA CADEIA, O QUE SERIA MUITO BOM PRA SOCIEDADE SE ISSO VIESSE A ACONTECER, ou SE CONTAMINAR COM AIDS, TAMBEM MUITO PARA A SOCIEDADE, por que esse tipo de RAÇA não presta e aquelas pessoas que acham que presta devia ir na porta de uma FEBEM da vida, nas portas das penitenciárias contratá-las, afinal de contas, nós temos vinte e cinco vagas nos gabinetes para nós contratarmos quem bem entendermos, independente de qualquer critério, contrate e leva pra casa. o Champinha ta na eminência, ele já cumpriu os três anos dele, mas tá na hora dele sair, porque o estado não vai conseguir mantê-lo por tanto tempo internado, o champinha por três dias estuprou uma filha de advogado e a matou com uma faca cega. Leva ele pra casa. Eu acho que essa é a maneira que nós podemos acreditar em quem faz discurso contrário à redução da maioridade penal. Aqueles que faz discurso que não é essa a solução, eu quero que diga, então qual é a solução? É tipo muitas vezes eu fazia passeata aqui em Brasília com os cujos militares deputado Arnaldo faria de Sá, atrás de salários já que o militar não pode correr atrás disso, o pessoal falou 'poxa você tá se escondendo atrás de saias de mulheres, o caminho não é esse', vou perguntar pro colega militar, qual é o caminho então? O caminho que nós temos ao meu entender, é de mostrar nossa cara aqui, não continuar usando artifícios para enrolar uma questão que a sociedade toda quer, qualquer pesquisa vai dar no mínimo oitenta e cinco por cento favorável a redução da maioridade penal, e essa casa tem que aceitar esse desafio, gostaria que aceitasse o desafio da CPMF também, qualquer pesquisa dá no mínimo noventa por cento, para o fim da CPMF, qualquer pesquisa da no mínimo cinquenta e cinco por cento para a pena de morte, dá noventa por cento para trabalhos forçados, nós temos que entender que certas coisas na constituição, onde aqueles especialistas, porque esse é o pais dos especialistas, sempre diz que o caminho não é esse ou devemos ouvir a voz do povo, nós devemos ouvir a voz do povo sim, e se esconder em cima de causas pétreas da colisão, depois o que acontece com a juventude que é responsável, que a nossa vida não é pétrea, se minha vida fosse pétrea e eu tivesse sete vidas, eu poderia dar mais chances a esses menores, e o menor vai ter vantagem em cima disso muito menor, que vai pra uma FEBEM por estar dirigindo com dezesseis, dezessete anos, e aconteceu um acidente automobilístico, e esse menor por muitas vezes dirige melhor que seu pai sua mãe, teria chance de tirar sua carteira de identidade, e o menor teria chance de provar que é responsável também reduzindo a maioridade penal. Os meus três filhos, hoje de maiores, eram menores de idade, e tem um agora de nove anos, então não estou preocupado agora se meu filho vai pra cadeia com dezesseis, dezessete anos, eu estou dando todos os meios para ele não delinquir, agora se ele fôr para o lado errado, pra ESQUERDA, PRO LADO ERRADO!, vai pagar o preço e o preço é caro, aqueles que falam que o sistema prisional não é bom, EU ACHO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO O MELHOR DO MUNDO, vocês podem não concordar mas só vai pra lá quem quer, quem faz muita maldade e lá realmente, é uma antesala do inferno, e tem que ser! EU SOU CONTRA MELHORAR O SISTEMA PRISIONAL NO PAÍS, se melhorar vai ter muita gente querendo ir pra lá, café, almoço, janta, visita íntima, cada fim de semana é uma mulher diferente, e muitas vezes menores de idade, dentista, lazer, vai ter muita gente querendo ir pra lá, vai ter muita gente que quando tiver que sair, vai cometer um crime dentro da cadeia pra não sair de lá. Então nós devemos realmente é, que a prisão do pais é antesala do inferno, a imprensa tem que mostrar isso, ajudaria a inibir pessoas a cometerem crimes Quem for contra continue defendendo marginal, eu não tenho nada contra isso não, então a minha opinião, senhor presidente, antes que fique bastante clara, eu queria falar sobre militares, me perdi um pouquinho aqui (Nota: "pouquinho"? Que modesto.), tá acabando o tempo, mas temos que aprovar, sim, a redução da maioridade penal, ou botar em votação, não ficar usando gincanas políticas, e ficar usando demagogia para não votarmos esse assunto, que toda sociedade quer, e nós temos que atender ao que a sociedade brasileira que, as pesquisas tão ai...


[colaborou Victor Miranda]

Pálido Ponto Azul

O MITO DE NOSSA IMPORTÂNCIA NO UNIVERSO

A Sonda Espacial Voyager 1 já havia cumprido sua missão principal e em 14 de Fevereiro de 1990 recebeu comandos para fazer um registro em fotos dos planetas pelos quais havia passado até aquele instante. O ponto circulado em azul na granulada foto abaixo é você em sua casa, há uma distância de 6,4 bilhões de quilômetros de distância. Um ponto pálido em um raio solar...
clique para ampliar e se ver.
Então, em uma conferência, no dia 11 de Maio de 1996, Carl Sagan
traçou os seguintes comentários acerca da foto:  
Olhem de novo para esse ponto. Isso é a nossa casa, isso somos nós. A Terra é um cenário muito pequeno numa vasta arena cósmica. Pensem nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores para que, em sua glória e triunfo, viessem eles a ser amos momentâneos duma fração desse ponto. Pensem nas crueldades sem fim infligidas pelos moradores dum canto deste pixel aos quase indistinguíveis moradores dalgum outro canto, quão frequentes as suas incompreensões, quão ávidos de se matar uns aos outros, quão veementes os seus ódios.

As nossas exageradas atitudes, a nossa suposta auto-importância, a ilusão de termos qualquer posição de privilégio no Universo, são reptadas por este pontinho de luz frouxa. O nosso planeta é um grão solitário na grande e envolvente escuridão cósmica. Na nossa obscuridade, em toda esta vastidão, não há indícios de que vá chegar ajuda de canto algum para nos salvar de nós mesmos.
A Terra é o único mundo conhecido, até hoje, que alberga a vida. Não há mais algum, pelo menos no próximo futuro, para onde a nossa espécie possa emigrar. Visitar, pode. Assentar-se, ainda não. Gostemos ou não, por enquanto, a Terra é onde temos de ficar.

Tem-se falado da astronomia como uma experiência criadora de firmeza e humildade. Não há, talvez, melhor demonstração das tolas e vãs soberbas humanas do que esta distante imagem do nosso miúdo mundo. Para mim, acentua a nossa responsabilidade para nos portar mais amavelmente uns para com os outros, e para protegermos e acarinharmos o ponto azul pálido, o único lar que tenhamos conhecido.
Nele, todos a quem ama, todos a quem conhece, qualquer um dos que escutamos falar, cada ser humano que existiu, viveu a sua vida aqui. O agregado da nossa alegria e nosso sofrimento, milhares de religiões autênticas, ideologias e doutrinas econômicas, cada caçador-coletor, cada herói e covarde, cada criador e destruidor de civilização, cada rei e camponês, cada casal de namorados, cada mãe e pai, criança cheia de esperança, inventor e explorador, cada mestre de ética, cada político corrupto, cada superestrela, cada líder supremo, cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu aí, num grão de pó suspenso num raio de sol.

Persépolis

"A CHAVE DO PARAÍSO E A ÉPOCA DO PUNK"
clique, amplie, exploda ou dance...
"A chave do paraíso era para os pobres. Com a promessa de uma vida melhor, milhares de jovens, com a chave pendurada no pescoço, explodiram nos campos minados.

O filho da Dona Nasrin foi poupado. Mas vários agrotos que moravam no bairro dele tiveram esse fim.

Enquanto isso, eu ia à minha primeira festinha. Minha mãe não só me deixou ir, como fez pra mim uma blusa cheia de furos e um colar de correntes e pregos. Era a época do Punk.

Eu estava com um visual dos infernos."

 [De Marjane Satrapi. Deseja roubar o PDF da obra em quadrinhos?

No "Quem Indica" : Intervalo Banger

 " 'UM TANQUE DE ÓLEO QUEIMADO' OU 'O PÂNTANO' "

Na página do Intervalo Banger (link! Mas você certamente já conhece...), a sessão "Quem Indica" é um prato cheio e bem servido. 
E quente.
Segue lá uma  indicação que pudemos fazer do EP "The Terrorist Act" do escabroso Iskra (bandcamp deles), que vale muito a pena conferir.

 







Momento muito feliz para nós, nessa banda, junto dos amigos Black Coffins, Mario Rabelo e Vakka ( Confere AQUI <3 )

Um lugar para os garotos...

Clique. Amplie.
Traga os garotos de volta pra casa,
não vá deixar as crianças sozinhas...!
Traga os garotos pra casa...

"Está errado! Faça de novo!"
"Hora de ir!" 

(e seguem-se as batidas na porta...)
"Se sente bem?"
"Um homem atende, mas ele desliga o tempo todo!"

Tem alguém aí fora...?

[P.Floyd]



O Fotógrafo parisiense Yann Arthus-Bertrand (Wikipedia) especializou-se em tomadas aéreas, quase sempre feitas a partir de helicópteros ou balões, trabalho pelo qual chegou inclusive a ser reconehcido e premiado.
A foto desse post é do Cemitério Militar de Notre Dame de Lorette com seus restos mortais de mais de 40 mil soldados franceses (Wikipedia também).
[Site Oficial de Yann]

O Flagelo que não quer calar... ( ou "A Máquina de Moer Carne Indigena" )

[ extraído da página "O Estado de Minas" ]
"SE O ÍNDIO RENDESSE DIVISAS E FOSSE ELEITOR,
TALVEZ A SITUAÇÃO FOSSE DIFERENTE."

"...ENQUANTO PARTIDÁRIOS DE HITLER TORTURAVAM JUDEUS INOCENTES,
AGENTES DO ESTADO BRASILEIRO TORTUARAVAM ÍNDIOS
IGUALMENTE INOCENTES."
 Por Felipe Canêdo
Página do "Relatório Figueiredo"
Encontrado recentemente depois de 45 anos em que se imaginava perdido ou destruído pela ditadura, o Relatório Figueiredo é a prova irrefutável de que a pátria mãe não foi nada gentil com os índios brasileiros no século 20. Depois de mostrar com exclusividade em uma série de reportagens os detalhes das 68 páginas que compõem o relatório, o Estado de Minas mergulhou no extenso inquérito com mais de 7 mil páginas que serviu de base para elaboração do documento e traz hoje um dossiê das violências e desmandos praticados por fazendeiros, empresários e agentes do Serviço de Proteção aos Índios (SPI) contra tribos de todo o país. As descrições contidas nele lembram requintes de crueldade somente dignos de campos de concentração nazistas da Segunda Guerra Mundial –, inclusive, muito provavelmente, enquanto partidários de Hitler seviciavam judeus inocentes, agentes do estado brasileiro torturavam índios igualmente inocentes.

O retrato pormenorizado dessa realidade até então inédito foi feito a mando do Ministério do Interior, em plena ditadura, e assinado pelo procurador Jader de Figueiredo Correia em 1968. A intenção do ministério era verificar denúncias de corrupção nos 130 postos do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) espalhados pelo país. Ao final do trabalho, em meio a 7.376 páginas produzidas, o que acabou vindo à tona, junto com relatos de desmandos administrativos, foi a situação de horror vivida pelos índios. Ele revela uma realidade pouco conhecida no país, na qual o indígena, diferentemente do negro, que teve a escravatura abolida por lei em 1888, era tratado como animal e sem a menor compaixão pelo menos até o fim da década de 1960.

Muito provavelmente, segundo afirma a coordenadora do núcleo que trata das lutas pela terra na Comissão Nacional da Verdade ao Estado de Minas, Maria Rita Kehl, os horrores contra índios continuaram e se tornaram sistemáticos. Além da importância das descrições de terras usurpadas – que podem subsidiar inúmeras ações para reaver terrenos em todo o país – as descrições de casos de massacres e genocídios contidas no documento devem motivar investigações da Comissão da Verdade, como informou Maria Rita.

A própria visão pejorativa da figura do índio que imperava naquela época abria espaço para que as tribos fossem exploradas e usurpadas. Na página 1.248 do inquérito de Jader de Figueiredo, por exemplo, a diretora da chamada missão Caiuá, Loide de Andrade, reclama: “Se o índio rendesse divisas e fosse eleitor, talvez a situação fosse diferente”. Sob o pretexto de trazer dividendos para os postos indígenas, que deveriam ser rentáveis pela concepção vigente naquele momento histórico, crueldades inimagináveis foram praticadas. Além de escravizados, os índios tinham seu patrimônio roubado por agentes gananciosos do estado. Páginas intermináveis redigidas cuidadosamente por Jader de Figueiredo – que percorreu grande parte dos 130 postos do SPI nos quatro cantos do país para produzir seu relatório – tratam de usurpação de diamantes, gado, cassiterita, madeira, e de trabalho.

Prática comum e descrita sem grande destaque no relatório, a escravidão dos índios é relatada na página 1.515, por exemplo, pelo chefe da 5ª Inspetoria do SPI, sediada em Cuiabá, José Baptista Ferreira Filho. Ele sustenta que o fazendeiro Flávio de Abreu possuía oito índios em sua fazenda e faz uma relação de 17 índias que foram “afastadas” de onde moravam por castigo, para ser “empregadas (sem remuneração)”. O texto diz: “Fora a índia Maria, que quando retirada da residência da sogra do Flávio apresentou-se com alguma roupa, as demais, sem roupas, sem saldos, doentes, apanhadas (sic) além de outros castigos de não saber notícias de suas famílias”. Uma das índias da lista, “Mariinha”, teria ficado longe de sua aldeia por quatro anos, trabalhando como escrava em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro durante esse tempo.
(Colaborou Alessandra Mello) 

Bukowski: O Mito do Homem-Gado

"KID ROCKET NO MATADOURO"

Mais uma sobre
diferença de classes,
marginalidade,
especismo,
insensibilidade,
capitalismo...

E que, na real,
nem é sobre nada disso.

É só sobre estar
velho,
bêbado,
falido
e em um
emprego de bosta.

(É... no fim,
é sobre tudo aquilo mesmo...)























[Ilustração de Mathias Schultheiss para "Delírios Cotidianos" do Velho Safado
Roube a versão em PDF aqui.]

Eclipse...

 "TODO BURGUÊS É UM PARASITA"
 Apresentação na quinta edição de "Eclipse Doom Festival" - (15 de Julho, 2012)

Ao final do Vídeo:
"Os caminhos das classes média e alta são pavimentados com esforço e ossadas das classes economicamente inferiores!

As engrenagens que compõem o modelo de vida burguês são lubrificados em sangue operário, desempregado, suburbano, favelado, periférico...

Enquanto existe necessidade, aplicam-se discursos sobre justiça para todos, sobre unidade, dignidade, humanidade, universalidade...

Passado o momento da conveniência, não temos mais rosto senão os que aparecem nos noticiários policiais, não temos mais nomes senão os mais pejorativos...

A subserviência é analfabeta, semi-analfabeta ou alfabetizada funcionalmente...

A revolta popular está sufocada pela escola, pela família, pela igreja, pela polícia, ('engasga'... ) pelas grandes corporações ..., pelas mentiras que a gente ouve culturalmente, tradicionalmente.

Cesse a amistosidade dos tapas nas costas (ok, você bate aí seu atabaque e nós açoitamos suas costas...) , recomece a animosidade, o espírito de guerra que vem dos açoites e que ao menos uma vez a gente possa olhar na cara de um burguês, 
que se vale da condição de burguês, 
que se orgulha disso, 
que desfruta disso 

e expôr, debaixo de sua pele, 
o parasita que ele é.

Todo Burguês 
é um parasita."

[para acesso ao vídeo, LINK AQUI, já que por estranho que pareça, por esses  dias é impossível publicar conteúdo de youtube em página de blogspot...]